quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vida


Era 8 da manhã quando as flores chegaram à porta de casa. Meus pais olharam da janela e não entenderam de onde elas surgiram. Ao pegá-las viram uma carta e nela, agradecimentos. Seu filho tinha partido. Leonardo tinha 15 anos e faleceu de câncer no dia 15 de setembro de 2009. Homem religioso, pai de mais duas meninas, não podia abandonar ninguém em nenhum momento.

Durante todo o percurso do tratamento, não largava seu violão. Dizia que só aquilo lhe trazia a paz de antigamente, o conforto dos dias de glória.
Realizava todos os desejos do filho. Fez coisas que só o amor verdadeiro de pai é capaz de fazer. Abriu caminhos pro seu filho onde só haviam muralhas. Sorria hoje para esconder a lágrima que talvez viesse a escorrer no dia seguinte.
Com toda a esperança do mundo, encarava todos os obtáculos de cabeça erguida, conquistava novas amizades e levava lição de vida a cada canto que percorria.
Lição de perseverança, amor, fé e gratidão.

No dia 16 de setembro, olhava as flores e me emocionava. Como que alguém mesmo tendo acabado de perder seu filho, mostrava tamanha gratidão aos seus amigos?! Sinônimo disso é a fé, a força da fé. Grande guerreiro!

As flores? Elas ainda existem... quase mais belas que no dia que recebemos. A resposta pra isso tudo, pra mim, é uma só: Esse menino quer mostrar como batalhou, como tentou vencer cada minuto de seu destino, e como quer que nós, apesar dos pesares, vençamos também.

EXEMPLO DE VIDA, PRA SEMPRE.

beijos

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