terça-feira, 23 de outubro de 2012

Teu abraço no meu abraço

De repente o que parecia tão certo, tão óbvio, se desmonta. Corre rio abaixo como numa enxurrada. Enxurrada de tristeza e dor. Essa enxurrada eu não queria ver nunca. Não queria sentir nunca. Pode voltar tudo? Pode parar de chover? Pode parar de doer? Pode parar de sangrar? Parece que foi comigo. Entrei nesse ciclo, me aprofundei nele, e nem notei. Ou melhor, notei, só não queria que terminasse assim. Só queria que fosse diferente, que fosse como eu sempre quis. De repente as coisas podem um dia ser. Agora, de repente, as coisas entrem nos eixos, e de fato, Deus escreva por linhas tortas. Tortas e doloridas. Que dor. Tá difícil. Eu só quero abraçar. Só isso. Qualquer coisa além disso é abuso, é ofensa, é oportunismo. Tá sentindo o meu abraço? Tá melhor agora? E o meu coração pulsando apertado, também tá sentindo? Que bom. Era isso que eu queria, só isso. Teu abraço, e o meu abraço no teu. Agora, eu posso ir.