De repente, a casa foi vendida, e o dono, alguém com um salário mínimo muito digno, se mudou para uma quitinete, onde a vida dela não caberia mais na dele. Desesperado, sem saber o que dizer quando sua filha, que mora com a mãe em outra cidade, perguntasse para onde foi a cachorrinha dos olhos sinceros, ele escreveu um bilhete, que se forçássemos bastante o olhar poderíamos ver pingos de lágrimas.
No bilhete, ele dizia que com muita dor, estava deixando um animal responsável por alegrar as noites solitárias e os dias tristes. Ele pediu que se não pudéssemos encontrar alguém que desse tanto amor quanto ele dava, que ficássemos com ela.
Não nego. Ela já havia me conquistado meses atrás, mas agora, ela fazia olhos mais que pidões, ela fazia olhos de súplica. Ela sabe que foi doada. Ela sabe que talvez não seja fácil a readaptação nesse mundo que poucos olhos se viram para baixo para dar carinho. Ela sabe que ela não foi o animal mais desejado dessa família, e por isso suplica com o corpo, além dos olhos.
A postura da Pati
A Pati chegou em uma família que já se apropriava de mais seis vidas caninas e duas felinas. Talvez, nesse circo não caiba mais uma vida. Talvez esse circo queira muito ter mais um palhaço, mas não tenha condições de pagar seus honorários. Mas esse circo é bem relacionado, e com certeza encontrará uma tenda confortante, alegre e especial para alguém que precisa tanto sentir que é necessária em outra vida.
Os animais sentem muito o que sentimos, e sabem exatamente quando precisamos ou não deles. Talvez a Pati tenha chegado tarde, ou talvez cedo demais para ocupar uma vaga que ainda não foi desocupada.
O amor por ela nessa família já é imenso, e eu espero que o dela também seja por quem a adote de coração aberto.
FOTO: Não é a Pati, mas certamente é uma prima distante, porque é igualzinha!
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