sábado, 22 de janeiro de 2011

É só o Cubatão


A chuva cai de forma já esperada, mas as pessoas parecem nunca acreditar que uma nova enchente possa acontecer. Não acreditam que tudo pode se repetir.
Não é justo tudo isso com esse povo tantas e tantas vezes.
A chuva cai. As pessoas saem desesperadas de onde então para suas casas na expectativa de salvar algum móvel. As ruas enchem tanto de carros quanto de água.
Talvez muitas delas nem cheguem perto desses móveis e fiquem imóveis vendo tudo passar. Novamente está boiando feito papel tudo que foi reconstruído.
Novo desespero. Novas noites sem dormir. Novos dias de trabalho para tudo recomeçar.
E quando amanhã a chuva novamente cair o desespero recomeçará e móveis como papel boiarão.
Mas eles não desistem de tudo que construíram naquela cidade. Eles voltam a rotina, retomam as rédeas de suas vidas e tomam conta de tudo de novo.
Esse povo é forte. Deve ser por isso que é tão admirado pelo lado de fora daqui.
Esse povo é guerreiro sem guerra. É forte sem arma. E o maior rival deles não é um batalhão, é só o Cubatão.

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